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quarta-feira, 16 de novembro de 2011
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO
Filme: A Guerra de Canudos
O
filme A Guerra de Canudos, dirigido por Sérgio Rezende e produzido por Mariza
Leão, é uma superprodução brasileira filmada na região onde se passaram os
fatos. Foi lançado em 1997, 100 anos após essa guerra, que causou a destruição
do povoado. O filme pode ser encontrado em vídeo, distribuído pela Columbia
Tristar Home Video, tem duração de 180 minutos e foi exibido também na
televisão como minissérie. O objetivo do filme é retratar a Guerra de Canudos, mas
é bom lembrar que se trata da versão do diretor sobre os acontecimentos,
apresentados segundo sua opinião.
Procure
observar o seguinte:
- Época e local dos acontecimentos;
- Período da História do Brasil a que corresponde e quem governava o país na época;
- Condições de vida e problemas enfrentados pela população do sertão nordestino na época e o que fazia para sobreviver;
- Quem tomava as decisões nas famílias do sertão nordestino;
- Segundo uma personagem do filme, o fotógrafo e jornalista Pedro Martins, quem era considerado cidadão naquela época;
- Quem foi Antônio Conselheiro e quais eram suas ideias (o que defendia, o que combatia, por que, como definia o regime republicano e por que as pessoas o seguiam);
- Quando, como, onde e por quem foi fundado o povoado de Belo Monte ou arraial de Canudos;
- O que Antônio Conselheiro propôs a seus seguidores ao fundar Canudos;
- Como eram as casas e as condições de vida em Belo Monte;
- O que era produzido em Belo Monte e para quem ficavam os produtos;
- O que aconteceu com muitos povoados do Nordeste após a fundação de Belo Monte;
- Como Antônio Conselheiro arrecadava dinheiro e mantimentos;
- Por quem e quantas vezes os moradores de Belo Monte foram atacados;
- Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar o primeiro ataque;
- Armas e modo que os moradores de Belo Monte usaram para enfrentar outros ataques, o que os motivava a lutar e a quem atribuíam a culpa pela guerra;
- Como a população de Belo Monte era considerada pelos de fora;
- Como Conselheiro se referia aos soldados do Exército;
- Modo como o Exército pretendia tomar Belo Monte na quarta ofensiva, modo como os soldados do Exército eram recrutados, quantos eram, problemas que enfrentavam e opinião que tinham sobre os sertanejos;
- Como a imprensa relatava ao país os acontecimentos de Canudos e por que acontecia isso;
- Sentimentos que Antônio Conselheiro despertava nas pessoas e por que isso acontecia;
- Modo como eram feitos os registros dos acontecimentos da guerra;
- Suspeitas de corrupção levantadas a respeito do abastecimento das tropas do Exército;
- Por que o jornalista foi enviado à frente de batalha, opinião que tinha sobre os sertanejos e soldados do Exército e por que foi retirado da região;
- Mensagem do presidente da República às tropas do Exército;
- Tempo de duração da última batalha;
- O que aconteceu com o povoado de Belo Monte e sua população em outubro de 1897;
- Quem criticou a atuação do comandante das tropas do Exército e por que criticou.
- Tente fazer sua análise pessoal a respeito dos acontecimentos e do filme:
- Em sua opinião, por que o presidente enviou uma mensagem aos soldados e o que pretendia com isso?
- Dê exemplos a respeito de como o fanatismo religioso estava presente na vida da população de Canudos.
- Em sua opinião, por que havia o fanatismo religioso?
Retirado de: http://ateliedehistoria.blogspot.com.br/2009/05/guerra-de-canudos.html
VIDEO HISTÓRIA DO BRASIL
Video sobre a história do Brasil narrado pelo historiador Bóris Fausto:
Série narrada pelo historiador Bóris Fausto e que, por meio de documentos e imagens de arquivo, traça um panorama político, social e econômico do País, desde os tempos coloniais até os dias atuais. A série é composta, ainda, de entrevistas com algumas personalidades que ajudaram a escrever essa história.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
A POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO CAFÉ
A organização da
economia cafeeira. As fazendas de café estavam espalhadas pelo
interior, distantes dos grandes centros urbanos onde a produção era vendida.
Com as precárias condições de transporte, aliadas ao fato de que os fazendeiros
administravam diretamente as suas propriedades, os cafeicultores acabaram
delegando a terceiros (os chamados comissários) a colocação de sua produção no
mercado.
Esses encarregados
da negociação das safras nos grandes centros eram, de início, pessoas de
confiança com a incumbência de realizar as operações no lugar do fazendeiro.
Aos poucos, de simples encarregados, esses comissários começaram a concentrar
em suas mãos as safras de vários fazendeiros, tornando-se importantes
intermediários entre produtores e exportadores, em geral estrangeiros.
As casas comissárias
que então se organizaram passaram a negociar em grande escala o café de várias
procedências. Com o tempo, apareceu um novo intermediário: os ensacadores.
Estes compravam o café das casas comissárias, classificavam e uniformizavam o
produto, adaptando-o ao gosto dos consumidores estrangeiros e, finalmente, o
revendiam aos exportadores.
Com a
profissionalização dos comissários, estes começaram a atuar também como
banqueiros dos cafeicultores, financiando a produção por conta da safra a ser
colhida.
Por volta de 1896,
esse esquema começou a mudar. Os exportadores (estrangeiros), com a finalidade
de aumentar os seus lucros, passaram a procurar diretamente os fazendeiros para
negociar a compra antecipada das safras. Com seus representantes percorrendo as
fazendas para fechar negócio, essa nova relação entre produtores e exportadores
indicava, na verdade, que o mercado brasileiro encontrava-se em fase de
profunda transformação.
De fato, conforme o
esquema até então vigente, os comissários não apenas intermediavam a venda das
safras, como também intermediavam a compra dos fazendeiros nas grandes casas
importadoras de produtos de consumo estrangeiros. O esquema, portanto, era o
seguinte: fazendeiros - comissários - ensacadores ---c› exportadores/importadores
comissários - fazendeiros.
A decisão dos
exportadores em negociar a safra diretamente com os fazendeiros modificou
também a forma de atuação dos importadores que, não dispondo mais do comissário
que intermediava as compras para o fazendeiro, tiveram de espalhar agentes e
representantes de vendas pelo interior. O mercado ficou mais segmentado mas, em
compensação, mais livre.
A crise de superprodução. Contudo,
desde 1895, a economia cafeeira não andava bem. Enquanto a produção do café
crescia em ritmo acelerado, o mercado consumidor europeu e norte-americano não
se expandia no mesmo ritmo. Consequentemente, sendo a oferta maior que a
procura, o preço do café começou a despencar no mercado internacional, trazendo
sérios riscos para os fazendeiros.
Nos primeiros dois
anos do século XX, o Brasil havia produzido pouco mais de 1 milhão de sacas
acima da capacidade de consumo do mercado internacional. Essa cifra saltou para
mais de 4 milhões em 1906, alarmando a cafeicultura.
O Convênio de
Taubaté (1906). Para solucionar o problema, os governadores de
São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro reuniam-se na cidade de Taubaté, no
interior de São Paulo. Decidiu-se então que, a fim de evitar a queda de preço,
os governos estaduais interessados deveriam contrair empréstimos no exterior
para adquirir parte da produção que excedesse o consumo do mercado
internacional. Dessa maneira, a oferta ficaria regulada e o preço poderia se
manter. Teoricamente, o café estocado deveria ser liberado quando a produção,
num dado ano, fosse insuficiente. Ao lado disso, decidiu-se desencorajar o
plantio de novos cafezais mediante a cobrança de altos impostos. Estabelecia-se,
assim, a primeira política de valorização do café.
O governo federal
foi contra o acordo, mas a solução do Convênio de Taubaté acabou se impondo. De
1906 a 1910, quando terminou o acordo, perto de 8.500.000 sacas de café haviam
sido retiradas de circulação.
O acordo não foi
propriamente uma solução, mas um simples paliativo. E o futuro da economia
cafeeira continuou incerto.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
O CRESCIMENTO DO MERCADO INTERNO
O mercado
consumidor. Na última década do século XIX, o mercado de
consumo se expandiu e se transformou estruturalmente devido à implantação do
trabalho livre.
Conforme já
mencionamos, na época da escravidão, os senhores concentravam o poder de
compra, já que eles adquiriam os produtos necessários não apenas para si e sua
família, mas também para os escravos. Assim, antes da maciça imigração europeia,
a parte mais importante do mercado de consumo era representada quase
exclusivamente pelos fazendeiros.
A implantação do
trabalho livre emancipou não apenas os escravos, mas também os consumidores,
pois a intermediação dos fazendeiros, embora não desaparecesse completamente,
começou, gradativamente, a perder importância. Consumidores, com dinheiro na
mão, decidiam por si mesmos o que e onde comprar. Com isso, o mercado de
consumo se pulverizou. Conforme veremos adiante, esse crescimento e segmentação
do mercado de consumo exerceu uma pressão poderosa no sentido da modernização
da economia brasileira.
A tradição da
monocultura. Entretanto, o principal setor da economia - a
cafeicultura - continuava crescendo dentro de padrões coloniais. Na verdade, a
cafeicultura não apenas precisava preservar o caráter colonial da economia
brasileira, mas também ajudava a mantê-lo. Como no passado, a economia cafeeira
estava inteiramente organizada para abastecer o mercado externo, no qual, por
sua vez, adquiria os produtos manufaturados de que precisava.
Esse padrão
econômico tinha como conseqüência o fraco desenvolvimento tanto da produção de
produtos manufaturados, mesmo os de consumo corrente, quanto da agricultura de
subsistência.
Com o crescimento
do mercado de consumo que se seguiu à abolição, as importações aumentaram, pois
até produtos alimentícios eram trazidos de fora.
O endividamento
externo. As exportações, todavia, não cresceram na mesma proporção, de modo
que, para financiar as importações, o governo começou a se endividar continuamente.
Esses empréstimos eram contratados sobretudo na Inglaterra, que, assim,
tornou-se a maior credora do Brasil. Enfim, chegou-se a um ponto em que as
dívidas se acumularam a ponto de desencadear uma crise por falta de capacidade
de o país saldar as suas dívidas externas.
O funding loan. Em 1898,
antes mesmo de Campos Sales tomar posse, o ministro da Fazenda, Joaquim Duarte
Murtinho, foi à Inglaterra renegociar a dívida. Conhecido como funding loan
(empréstimo de consolidação), o acordo financeiro negociado com os credores
consistiu no seguinte: o Brasil substituiu o pagamento em dinheiro por
pagamento em títulos dos juros dos empréstimos anteriores e um novo empréstimo
lhe foi concedido para criar condições futuras de pagamento dos débitos.
O estímulo à
industrialização. Diante de tal situação, o governo federal adotou
uma política para desestimular as importações. Acontece que, com a República, a
arrecadação dos impostos fora dividida do seguinte modo: os estados ficavam
com os impostos sobre as exportações, e o governo federal com os impostos sobre
as importações. Ora, desestimular as importações significaria diminuir as suas
receitas. Por essa razão, o governo federal recorreu ao imposto de consumo, que
já havia sido instituído, mas até então não tinha sido cobrado.
Observemos que a
simples instituição do imposto de consumo indicava que o mercado de consumo já
havia atingido dimensões significativas e revelava a expectativa do governo em
relação ao seu crescimento. E isso testemunhava a importância já adquirida pelo
mercado interno.
Devido aos
problemas gerados pelo aumento do consumo, o governo federal foi obrigado a
estimular a produção interna a fim de diminuir as importações. Esse problema
não existiria se as exportações, principalmente do café, fossem suficientes
para cobrir todos os gastos com as importações. Não era esse o caso.
Entretanto, para que o modelo agroexportador fosse preservado, era necessário
criar condições para o abastecimento através da produção nacional própria. Foi
por esse motivo que a industrialização começou a ser estimulada no Brasil.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
Disponível em:
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A "POLÍTICA DOS GOVERNADORES" E A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA
A hegemonia dos
cafeicultores. Vimos anteriormente que a República tornou-se
possível, em grande parte, graças à aliança entre militares e fazendeiros de
café. Esses dois grupos tinham, entretanto, dois projetos distintos em relação
à forma de organização do novo regime: os primeiros eram centralistas e os
segundos, federalistas. Os militares não eram suficientemente poderosos para
impor o seu projeto nem contavam com aliados que pudessem lhes dar o poder de
que precisavam.
Os cafeicultores,
ao contrário, contavam com um amplo arco de aliados potenciais e compunham,
economicamente, o setor mais poderoso da sociedade. A partir de Prudente de
Morais, que, em 1894, veio a suceder Floriano, o poder passou definitivamente
para esses grandes fazendeiros. Mas foi com Campos Sales (189& 1902) que
uma fórmula política duradoura de dominação foi finalmente elaborada: a
"política dos governadores”.
A "política
dos governadores". Criada por Campos Sales (1898-1902), a
"política dos governadores" consistia no seguinte: o presidente da
República apoiava, com todos os meios ao seu alcance, os governadores estaduais
e seus aliados (oligarquia estadual dominante) e, em troca, os governadores
garantiriam a eleição, para o Congresso, dos candidatos oficiais. Desse modo, o
poder Legislativo, constituído por deputados e senadores aliados do presidente
- poder Executivo -, aprovava as leis de seu interesse. Estava afastado assim o
conflito entre os dois poderes.
Em cada estado
existia, portanto, uma minoria (oligarquia) dominante, que, aliando-se ao
governo federal, se perpetuava no poder. Existia também uma oligarquia que
dominava o poder federal, representada pelos políticos paulistas e mineiros.
Essa aliança entre São Paulo e Minas - que eram os estados mais poderosos -,
cujos lideres políticos passaram a se revezar na presidência, ficou conhecida
como a "política do café com leite".
A Comissão de
Verificação. As peças para o funcionamento da "política
dos governadores" foram, basicamente, a Comissão de Verificação e o
coronelismo. As eleições na República Velha não eram, como hoje, garantidas por
uma justiça eleitoral. A aceitação dos resultados de um pleito era feita pelo
poder Legislativo, através da Comissão de Verificação. Essa comissão, formada
por deputados, é que oficializava os resultados das eleições.
O presidente da
República podia, portanto, através do controle que tinha sobre a Comissão de
Verificação, legalizar qualquer resultado que conviesse aos seus interesses,
mesmo no caso de fraudes, que, aliás, não eram raras.
O coronelismo. O título
de "coronel", recebido ou comprado, era uma patente da Guarda
Nacional, criada durante a Regência, como já vimos. Geralmente, o termo era
utilizado para designar os fazendeiros ou comerciantes mais ricos da cidade e
havia se espalhado por todos os municípios.
Durante o Segundo
Reinado, os localismos haviam sido sufocados pela política centralizadora, mas
eles renasceram às vésperas da República. Com a proclamação e a adoção do
federalismo, os coronéis passaram a ser as figuras dominantes do cenário
político dos municípios.
Em torno dos
coronéis giravam os membros das oligarquias locais e regionais. O seu poder
residia no controle que exerciam sobre os eleitores. Todos eles tinham o seu
"curral" eleitoral, isto é, eleitores cativos que votavam sempre nos
candidatos por eles indicados, em geral através de troca de favores fundados na
relação de compadrio. Assim, os votos despejados nos candidatos dos coronéis
ficaram conhecidos como "votos de cabresto”. Porém, quando a vontade dos
coronéis não era atendida, eles a impunham com seus bandos armados - os
jagunços -, que garantiam a eleição de seus candidatos pela violência.
A importância do
coronel media-se, portanto, por sua capacidade de controlar o maior número de
votos, dando-lhe prestígio fora de seu domínio local. Dessa forma, conseguia obter
favores dos governantes estaduais ou federais, o que, por sua vez, lhe dava condições
para preservar o seu domínio.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
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A CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA (1891-1894)
“Em vez de quatro
poderes, como no Império, foram adotados três: Executivo, Legislativo e
Judiciário”.
Executivo, exercido
pelo presidente da República, eleito por voto direto, por quatro anos, com um
vice-presidente, que assumiria a presidência no afastamento do titular,
efetivando-se, sem nova eleição, no caso de afastamento definitivo depois de
dois anos de exercício.
Legislativo, com
duas casas temporárias Câmara dos Deputados e Senado Federal que, reunidos,
formavam o Congresso Nacional (...).
Judiciário, com o
Supremo Tribunal Federal, como órgão máximo, cuja instalação foi providenciada
pelo Decreto n° 1, de 26 de fevereiro de 1891, que também dispôs sobre os
funcionários da Justiça Federal. Os três poderes exercer-se-iam harmoniosa, mas
independentemente.”
Civis e militares. A
República foi obra, basicamente, dos partidos republicanos - notadamente o de
São Paulo -, unidos aos militares de tendência positivista. Porém, tão logo o
grande objetivo foi atingido, ocorreu a cisão entre os "republicanos
históricos" e os militares. As divergências giraram em torno da questão
federalista: os civis defendiam o federalismo e os militares eram centralistas,
portanto partidários de um poder central forte.
A eleição de
Deodoro. Conforme ficara estabelecido, a Assembleia Constituinte, após a
elaboração da nova Constituição, transformou-se em Congresso Nacional,
encarregado de eleger o primeiro presidente da República. Para essa eleição
apresentaram-se duas chapas: a primeira era encabeçada por Deodoro da Fonseca
para presidente e o almirante Eduardo Wandenkolk para vice, a segunda era
constituída por Prudente de Morais para presidente e o marechal Floriano
Peixoto para vice.
A eleição
realizou-se em meio a tensões muito grandes entre militares e civis, pois o
Congresso Nacional era francamente contrário a Deodoro. Em primeiro lugar,
porque este ambicionava fortalecer o seu poder, chegando mesmo a se aproximar
de monarquistas confessos, como o barão de Lucena, a quem convidou para formar
o segundo ministério no Governo Provisório, após a renúncia coletiva do
primeiro. Em segundo, devido à impopularidade de e ao desgaste de Deodoro,
motivados pelas crises desencadeadas pelo "encilhamento", pelas
quais, junto com Rui Barbosa, era diretamente responsável.
Prudente de Morais
tinha a maioria. Teoricamente seria eleito. Contudo, os militares ligados a
Deodoro fizeram ameaças, pressionando o Congresso a elegê-lo. E foi o que
aconteceu, embora por uma pequena margem de votos. O vice de Deodoro,
entretanto, foi derrotado por ampla diferença por Floriano Peixoto.
A renúncia de
Deodoro. Deodoro, finalmente eleito presidente pelo Congresso, não conseguiu
governar com este último. Permanentemente hostilizado pelo Congresso, buscou o
apoio dos governos dos estados. Na oposição estavam o mais poderoso dos estados
- São Paulo - e o mais influente dos partidos - o PRP (Partido Republicano
Paulista).
Em 3 de novembro de
1891, a luta chegou ao auge. Sem levar em conta a proibição constitucional,
Deodoro fechou o Congresso e decretou o estado de sítio, a fim de neutralizar
qualquer reação e tentar reformar a Constituição, no sentido de conferir mais
poderes ao Executivo.
Porém, o golpe
fracassou. As oposições - tanto civis como militares - cresceram e culminaram
com a rebelião do contra-almirante Custódio de Melo, que ameaçou bombardear o
Rio de Janeiro com os navios sob seu comando. Deodoro renunciou, assumindo em
seu lugar Floriano Peixoto.
Floriano Peixoto
(1891-1894). A ascensão de Floriano foi considerada como o
retorno à legalidade. As Forças Armadas - Exército e Marinha - e o Partido
Republicano Paulista apoiaram o novo governo. Os primeiros atos de Floriano
foram: a anulação do decreto que dissolveu o Congresso; a derrubada dos
governos estaduais que haviam apoiado Deodoro; o controle da especulação
financeira e da especulação com gêneros alimentícios, através de seu
tabelamento. Tais medidas desencadearam, imediatamente, violentas reações
contra Floriano. Para agravar ainda mais a situação, a esperada volta à
legalidade não aconteceu.
De fato, para
muitos, era preciso convocar rapidamente uma nova eleição presidencial,
conforme estabelecia o artigo 42 da Constituição, no qual se lia:
Art. 42 -
Se, no caso de vaga, por qualquer causa, da presidência ou vice-presidência, não
houverem ainda decorrido dois anos do período presidencial, proceder-se-á à
nova eleição.
Floriano não
convocou nova eleição e permaneceu no firme propósito de concluir o mandato do
presidente renunciante. A alegação de Floriano era de que a lei só se aplicava
aos presidentes eleitos diretamente pelo povo. Ora, como a eleição do primeiro
presidente fora indireta, feita pelo Congresso, Floriano simplesmente ignorou a
lei.
O manifesto dos
treze generais. Contra as pretensões de Floriano, treze oficiais (generais
e almirantes) lançaram um manifesto em abril de 1892, exigindo a imediata
realização das eleições presidenciais, como mandava a Constituição. A reação de
Floriano foi simples: afastou os oficiais da ativa, reformando-os.
A revolta da Armada. Essa
inabalável firmeza de Floriano frustrou os sonhos do contra-almirante Custódio
de Melo, que ambicionava a presidência. Levadas por razões de lealdade pessoal,
as Forças Armadas se dividiram. Custódio de Melo liderou a revolta da Armada
estacionada na baía de Guanabara (1893). Essa rebelião foi imediatamente
apoiada pelo contra-almirante Saldanha da Gama, diretor da Escola Naval,
conhecido por sua posição monarquista.
A revolução
federalista. No Rio Grande do Sul, desde 1892, uma grave
dissensão política conduzira o Partido Republicano Gaúcho e o Federalista ao
confronto armado. Os partidários do primeiro, conhecidos como "picapaus",
eram apoiados por Floriano, e os do segundo, chamados de "maragatos",
aderiram à rebelião de Custódio de Melo.
Floriano, o Marechal
de Ferro. Contra as rebeliões armadas, Floriano agiu energicamente, graças ao apoio
do Exército e do PRP (Partido Republicano Paulista), o que lhe valeu a alcunha
de Marechal de Ferro. Retomando o controle da situação ao reprimir as revoltas,
Floriano aplainou o caminho para a ascensão dos civis.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
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CONSTITUIÇÃO DE 1891
Características. Logo após
a proclamação da República, foi convocada uma Assembleia Constituinte para
elaborar uma nova Constituição, promulgada em 24 de fevereiro de 1891.
A nova Constituição
inspirou-se no modelo norte-americano, ao contrário da Constituição imperial,
inspirada no modelo francês.
Segundo a
Constituição de 1891, o nosso país estava dividido em vinte estados (antigas
províncias) e um Distrito Federal (ex-município neutro). Cada estado era
governado por um “presidente”. Declarava também que o Brasil era uma república
representativa, federalista e presidencialista.
O "ENCILHAMENTO"
Na
corrida de cavalos, a iminência da largada era indicada pelo seu encalhamento,
isto é, pelo momento em que se apertavam com as cilhas (tiras de couro) as
selas dos cavalos. É o instante em que as tensões transparecem no nervosismo
das apostas. Por analogia, chamou-se "encilhamento" à política de
emissão de dinheiro em grande quantidade que redundou numa desenfreada especulação
na Bolsa de Valores.
Para compreender
por que o Governo Provisório decidiu emitir tanto papel-moeda, é preciso
recordar que, durante a escravidão, os fazendeiros se encarregavam de fazer as
compras para si e para seus escravos e agregados. E o mercado de consumo estava
praticamente limitado a essas compras, de modo que o dinheiro era utilizado
quase exclusivamente pelas pessoas ricas. Por essa razão, as emissões de moeda
eram irregulares: emitia-se conforme a necessidade e sem muito critério.
A situação mudou
com a abolição da escravatura e a grande imigração. Com o trabalho livre e
assalariado, o dinheiro passou a ser utilizado por todos, ampliando o mercado
de consumo.
Para atender à nova
necessidade, o Governo Provisório adotou uma política emissionista em 17 de
janeiro de 1890. O ministro da Fazenda, Rui Barbosa, dividiu o Brasil em quatro
regiões, autorizando em cada uma delas um banco emissor. As quatro regiões
autorizadas eram: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. O
objetivo da medida era o de cobrir as necessidades de pagamento dos assalariados
- que aumentaram desde a abolição - e, além disso, expandir o crédito a fim de
estimular a criação de novas empresas.
Todavia, a
desenfreada política emissionista acarretou uma inflação incontrolável, pois os
"papéis pintados" não tinham como lastro outra coisa que não a
garantia do governo. Por isso, o resultado foi muito diverso do esperado: em
vez de estimular a economia a crescer, desencadeou uma onda especulativa. Os
especuladores criaram projetos mirabolantes e irrealizáveis e, em seguida,
lançaram as suas ações na Bolsa de Valores, onde eram vendidas a alto preço.
Desse modo, algumas pessoas fizeram fortunas da noite para o dia, enquanto seus
projetos permaneciam apenas no papel.
Em 1891, depois de
um ano de orgia especulativa, Rui Barbosa se deu conta do caráter irreal de sua
medida e tentou remediá-la, buscando unificar as emissões no Banco da República
dos Estados Unidos do Brasil. Mas a demissão coletiva do ministério naquele mesmo
ano frustrou a sua tentativa.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/republica-velha/republica-velha-1.php
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REPÚBLICA DA ESPADA
O Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro
presidente do Brasil após a Proclamação da República de 15 de
novembro de 1889.
Com o governo
republicano, os militares pretendiam instaurar um modelo político hierárquico
que estabelecesse a ordem no país. Deodoro da Fonseca já mantinha essa rigidez
militar quando era Ministro da Guerra durante a Guerra do Paraguai, no governo de D. Pedro I.
Seu ministério era
composto por antigos liberais e adeptos do republicanismo. Eram eles:
- Campos Sales: Ministro da Justiça;
- Eduardo Wandenkolk: Ministro da Marinha;
- Benjamin Constant: Ministro da Guerra e Instrução Pública, Correios e Telégrafos;
- Quintino Bocaiúva: Ministro de Negociações Estrangeiras;
- Aristides Lobo: Ministro do Interior;
- Demétrio Nunes Ribeiro: Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas;
- Rui Barbosa: Ministro da Fazenda.
Apesar das grandes
mudanças em relação ao regime monárquico, Deodoro da Fonseca não dispunha de
muita habilidade para negociações políticas pela vivência militar que lhe dava
caráter autoritário e, em certos momentos, até subserviente.
Primeiras medidas. O Governo
Provisório, assim formado, decretou o regime republicano e federalista e a
transformação das antigas províncias em "estados" da federação. O
Império do Brasil chamava-se, agora, com a República, Estados Unidos do Brasil
- o seu nome oficial.
Em caráter de
urgência, foram tomadas também as seguintes medidas: a "grande naturalização",
que ofereceu a cidadania a todos os estrangeiros residentes; a separação entre
Igreja e Estado e o fim do padroado; a instituição do casamento e do registro
civil. Porém, dentre as várias medidas, destaca-se particularmente o "encilhamento",
adotado por Rui Barbosa, então ministro da Fazenda.
Disponível em:
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PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Proclamação da República
No final da década de 1880, a monarquia brasileira estava numa situação de crise, pois representava uma forma de governo que não correspondia mais às mudanças sociais em processo. Fazia-se necessário a implantação de uma nova forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.
Crise da Monarquia
A crise do sistema monárquico brasileiro pode ser explicada através de algumas questões:
- Interferência de D.Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja Católica;
- Críticas feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não aprovavam a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam descontentes com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam se manifestar na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;
- A classe média (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar o fim do império;
- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico;
Diante das pressões citadas, da falta de apoio popular e das constantes críticas que partiam de vários setores sociais, o imperador e seu governo, encontravam-se enfraquecidos e frágeis. Doente, D.Pedro II estava cada vez mais afastado das decisões políticas do país. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava força no Brasil.
- Interferência de D.Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja Católica;
- Críticas feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não aprovavam a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam descontentes com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam se manifestar na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;
- A classe média (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar o fim do império;
- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico;
Diante das pressões citadas, da falta de apoio popular e das constantes críticas que partiam de vários setores sociais, o imperador e seu governo, encontravam-se enfraquecidos e frágeis. Doente, D.Pedro II estava cada vez mais afastado das decisões políticas do país. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava força no Brasil.
A Proclamação da República
No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.
Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de então, o país seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. Foi um grande avanço rumo à consolidação da democracia no Brasil.
Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de então, o país seria governado por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. Foi um grande avanço rumo à consolidação da democracia no Brasil.
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